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Ciclos de Violência: Como Reconhecer e Romper Padrões de Abuso

POR ANE CLAIR


A violência contra a mulher continua sendo uma das mais alarmantes violações dos direitos humanos no mundo. Apesar dos avanços legislativos e do aumento da conscientização social, os números permanecem chocantes — e revelam uma realidade cruel que atravessa fronteiras, classes sociais e culturas.


De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), somente em 2021, aproximadamente 81 mil mulheres foram assassinadas globalmente. Destas, 45 mil perderam a vida nas mãos de pessoas conhecidas — parceiros íntimos ou familiares. Em média, uma mulher é morta a cada 11 minutos. Um dado que choca, mas que, infelizmente, representa apenas a face mais extrema da violência de gênero.


Violência vai além da agressão física

Quando se fala em violência contra a mulher, é comum que o pensamento vá direto para agressões físicas. No entanto, esse tipo de violência assume múltiplas formas e, muitas vezes, é silenciosa. A violência psicológica, emocional, patrimonial, financeira e até mesmo tecnológica também fazem parte desse ciclo destrutivo.


Entre os sinais mais comuns estão atitudes como controle excessivo dos passos da vítima, tentativa de isolamento de amigos e familiares, chantagens emocionais, manipulações constantes, críticas destrutivas e humilhações recorrentes. Esses comportamentos, muitas vezes naturalizados ou minimizados, são formas graves de agressão que minam a autoestima, a liberdade e o bem-estar da mulher.


Romper o ciclo é possível — e necessário

Romper com esse ciclo de violência exige, acima de tudo, coragem. Mas também requer informação, apoio e uma rede segura para amparar a vítima. Muitas mulheres não conseguem sair de relações abusivas por medo, dependência financeira, emocional ou simplesmente por não conseguirem identificar que estão sendo vítimas.


No Brasil, canais de denúncia e acolhimento estão disponíveis e funcionam como uma importante ferramenta de proteção. O Disque 180, por exemplo, é um serviço gratuito e confidencial que oferece escuta, orientação e encaminhamento para os órgãos de proteção e denúncia.


Falar é o primeiro passo para mudar

Mais do que nunca, é urgente romper o silêncio e ampliar o debate sobre a violência de gênero. A sociedade precisa estar atenta, acolhedora e preparada para agir. Ouvir sem julgar, orientar sem pressionar e apoiar sem hesitar pode ser a diferença entre a vida e a morte de uma mulher.


A violência contra a mulher não é um problema individual — é uma questão coletiva, estrutural e que exige resposta imediata. É tempo de agir, de educar, de proteger. Porque nenhuma mulher deve viver com medo. E nenhuma vida deve ser interrompida pela violência.

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