Os lutos da menopausa: como as mudanças hormonais impactam o cérebro e a qualidade de vida
- Mariane Blancato
- 1 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de jul.
POR MARIANE BLANCATO
Dra Juliana Raio - ginecologista e obstetra que também trabalha com muitas pacientes no climatério

A menopausa é um marco biológico inevitável na vida das mulheres, mas seu impacto vai muito além das transformações físicas. Ela também carrega uma carga emocional profunda, que muitas vezes não é devidamente reconhecida. Entre os desafios dessa fase, um dos mais significativos é o enfrentamento de diferentes formas de luto. Não trata apenas da perda da fertilidade, mas de uma série de mudanças que podem afetar a identidade, a autoestima e até os relacionamentos.
Mas por que esses lutos são tão intensos? A resposta está no cérebro e na forma como ele responde às flutuações hormonais.
O termo “luto” normalmente nos remete à perda de alguém querido, mas ele também pode estar presente em outras áreas da vida.
Na menopausa, as mulheres lidam com despedidas simbólicas que podem ser difíceis de serem absorvidas:
O luto pela juventude e pela aparência que pode mudar: mesmo sabendo que o envelhecimento é natural, muitas mulheres sentem que estão perdendo algo precioso.
O luto pela fertilidade: o encerramento definitivo desse ciclo pode trazer uma sensação de vazio inesperada.
O luto por papéis que se transformam: muitas mulheres chegam à menopausa ao mesmo tempo em que os filhos crescem e saem de casa. Esse momento, conhecido com síndrome do ninho vazio, pode gerar questionamentos profundos sobre identidade e propósitos.
Luto pela energia, memória e disposição que parecem ter diminuído: algumas mulheres percebem que não têm mais o mesmo vigor que antes, o que pode afetar a vida profissional, social e até os relacionamentos afetivos.
Diante de tantas mudanças, é comum que surjam sentimentos como tristeza, ansiedade e insegurança. Mas existe um fato biológico que intensifica essas emoções: o impacto das alterações hormonais no cérebro. Menos estrogênio, mais vulnerabilidade emocional. Esses fatores explicam porque os lutos da menopausa podem ser tão intensos. Mas a boa notícia é que existem caminhos para ressignificar essas perdas e recuperar a qualidade de vida.
A menopausa não precisa ser sinônimo de sofrimento. Com informação, suporte, mudança do estilo de vida, uma avaliação médica adequada e um tratamento personalizado, é possível viver essa fase de forma leve e saudável.
Esse perííodo marca o fim de um ciclo, mas não o fim da vitalidade. Cada mulher tem o poder de ressignificar essa fase e transformá-la em um momento de libertação, crescimento e reencontro consigo mesma.
Comments